sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Caro Senhor Raphael Minder, do Jornal New York Times...


 Vossa Excelência, o Sr. Raphael Minder, com a ajuda fotográfica do Sr. João Pedro Marnoto, decidiu hoje dedicar-se a falar sobre os portugueses e Portugal na 1ª e 3ª páginas da Edição Internacional do “New York Times”. É simpático da parte do referido Senhor que desconheço, mas que aparentemente me conhece tão bem, pois não há dia que eu não me chame e considere burro, embora não queira morrer como tal. A morrer gostaria de morrer no corpinho que devo aos meus pais ou como golfinho ou cavalo, pela estima que sempre tive por estes, sendo o golfinho muitíssimo mais inteligente e esperto que eu.

  Mesmo assim, tenho uma estima pelo burro, pois é um animal que me recorda muito do muito pouco que sei da minha família paterna. Recordo que o meu avô paterno, moleiro e agricultor, tinha um burro e uma carroça e que uma ou duas vezes na vida, me transportou na dita e comigo a guiar. Foi algo que adorei, pois mais do que a satisfação de guiar o animal foi ver o sorriso único, são e delicioso do meu avô paterno, de quem quase nada sei, mas que aquele sorriso deixou-me sempre a melhor das impressões do mesmo. Na minha vida, viu-o menos vezes que os dedos de uma mão embora tenha estado no seu enterro.

  Suponho assim que não me conhecendo, nem conhecendo a má impressão que os portugueses nutrem pelo animal que nos Estados Unidos da América é símbolo de um dos seus principais partidos, suponho que o Sr. Minder procura externamente a notoriedade que não obtém em casa, seja nacional ou sexual, mas como português estarei sempre ao seu dispor para lhe explicar quem são os meus compatriotas e o meu país. Poder-lhe-ei ainda explicar o que são “Activos Tóxicos” e o que eles fizeram pelos Estados Unidos da América e à sua Economia nos últimos anos. Pela admiração que tenho pelos americanos, por todos os outros povos e pelo amor que devo aos meus e ao meu país espero que o Sr. Minder disponha sempre de mim, mesmo que eu não possa dispor da mesma boa-vontade e educação por parte do Senhor.

Com os melhores cumprimentos,

João Carreira

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