quarta-feira, 19 de março de 2014

TERRA...


( Respondendo ao simpático desafio da D. Helena Conceição e acrescentando um pedido de desculpas pelo atraso, algumas linhas minhas bem mais pobrezinhas e humildes, pois fiquei indeciso entre muitos belos poemas que achei...)


Eu sou
E são montes
E são vales
Das vezes que te sonho
Correndo o teu corpo
Por becos e quelhas
Em eiras e ribeiras
Courelas e tapadas

Sonho-te
No bater dos teares
No amassar do pão
No cozer da broa

Quero-te
No calor da braseira
Na novena da igreja
Na fogueira do adro
E na geada da manhã

Perco-te
No Quebra-Costas
Acho-te
Nos Passos do Senhor
E mergulho-te na Currilha

Em cada fonte tua
Ou no Reboleiro
Sinto a alma de cada um
Em cada levada e rego teu
Parte um pouco de mim
Ao abandono

Um dia
Hei-de enterrar-me
Rasgar-me como todos
No teu seio
Sentir-te
como a Mãe que partiu
Juntar-me a ti
E para sempre
Ficar contigo
E com os meus,
Loriga!

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